quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O karatê para Crianças


Muitas crianças praticam artes marciais orientais desde muito pequenas.
O Karatê proporciona a todos os praticantes, principalmente para as crianças, aumento dos níveis de concentração, melhora da coordenação motora, correção dos maus hábitos posturais, ensina a respiração correta, aumenta a flexibilidade corporal melhora o tônus muscular.
De maneira geral, as crianças que praticam a técnica marcial tendem a ter um bom rendimento escolar e, aprendem a trabalhar em grupo.
Para motivar as crianças a praticarem o Karatê, devemos incluir nos treinamentos atividades lúdicas e recreativas, pois através da ludicidade a atividade torna-se mais prazerosa para os pequenos aprendizes, conquistando assim maiores índices de permanência na prática do Karatê-Do. Além disso, devemos ter o cuidado de não exceder a capacidade física individual, cuidando para que os exercícios sejam leves e bem dosados.
O Karatê, da mesma forma que outras artes marciais, fortalece toda a estrutura ósteo/muscular do jovem, proporcionando também, a aquisição de bons hábitos, como por exemplo a disciplina e o respeito. O Karatê é uma excelente atividade para as crianças mais agressivas, pois a prática ajuda a canalizar toda a agressividade para o lado bom, ou seja, direciona para a conquista de novas técnicas, novos Kata (seqüências pré-determinadas) etc. A busca pela superação dos próprios limites, também é proporcionado pela prática constante da arte-marcial.
O esforço para alcançar certos objetivos, desde aprender uma determinada técnica até a obtenção de maior graduação, permite à criança ter consciência das suas capacidades e vivenciar vitórias importantes, proporcionando a melhora da auto-estima.
Devemos salientar que, a filosofia do Karatê não permite que as crianças utilizem as técnicas de combates em outras crianças.
De forma geral, o Karatê fomenta a formação de cidadãos saudáveis em todos os aspectos: físico, social e moral.
 

sábado, 3 de novembro de 2012

道場 O Dōjō.


 

道場 O DŌJŌ .
Um Dōjō divide-se em quatro partes distintas:
1. 上座 KAMIZA "Assento Superior".
2. 下座 SHIMOZA "Assento Inferior".
3. 上席 JŌSEKI "Lugar Superior".
4. 下席 SHIMOZEKI "Lugar Inferior".
1. KAMIZA É onde senta o Instrutor e os seus convidados.
2. SHIMOZA é o local onde os alunos sentam. 
O aluno mais graduado senta-se mais à esquerda do Instrutor. 
O aluno menos graduado senta-se mais a direita do Instrutor.
3. Quando existir(em) "Instrutor(es) auxiliar(es)", estes sentam-se no JŌSEKI. 
Se alguém for chamado para demonstrar alguma técnica com o instrutor ou quando nada estiver a ser feito, o aluno chamado senta-se no JŌSEKI.
4. Quando não houver espaço no SHIMOZA, os alunos menos graduados sentam-se no SHIMOZEKI

A Filosofia Zen do karatê-Do

O Zen é um método de treinamento para se atingir a plenitude, um estado da mente alerta, em contato com a força criadora. Não é uma doutrina religiosa pode haver, portanto, Zen-Budistas, Zen-Católicos, Zen-Karatekas, Zen-Ateus, etc.
A palavra Zen quer dizer literalmente meditação no sentido de contemplação e está mais próximo da ação pura. Ser Zen na vida é ter uma postura mais centrada e em contado com o seu Deus interior, com o seu próprio “EU”. Com o treinamento zen não nos permitidos perder a serenidade.
Embora o Zen seja um ramo do budismo, não faz parte de nenhuma doutrina religiosa. Ele é um treinamento espiritual que os samurais utilizavam para se tornarem pessoas corteses e paradoxalmente melhores guerreiros. Tudo que contribui para torná-lo uma pessoa melhor e ser um verdadeiro karateka.
O zen é um caminho para se tornar um ser “iluminado”, transcendendo os dualismos da existência: céu e terra, homem e mulher, bem e mal, tristeza e alegria, positivo e negativo, etc. Após a experiência dos extremos, o sábio seguirá no caminho do meio, compreendendo o universo de forma holística.
As artes influenciadas pelo Zen são simples e não utilizam técnicas que dependem de raciocínio, memorização e controle. No karatê é necessário a ação pura, visto que não se pode praticá-lo intelectualizando-o. O pensamento é muito mais lento que o “EU”. O Zen é a prática. O que foi aprendido com o intelecto não terá o valor da aprendizagem experimentada na prática.
Experimentamos o Zen ao praticarmos a autodisciplina, o amor, o respeito, a cortesia, o desapego...
Uma maior compreensão sobre o tema pode ser verificada no poema a seguir:

A Verdadeira essência do Zen
“O Zen é simplesmente uma flor silvestre,
Espalhando sua fragrância a
Quem possa interessar.
Aqueles que têm a sensibilidade
Compreenderão isto.

É a sua própria mente
Que está encobrindo o seu ser
Como uma gaiola.
Uma vez que a mente é deixada para trás
E você é apenas um observador,
Bem distante...
Subitamente as portas
De todos os mistérios se abrem.

O Zen não fala sobre Deus,
Ele lhe dá Deus:
Ele não fala sobre o paraíso,
Ele o empurra para dentro do paraíso. Osu 

A sua Autodefesa

A autodefesa é sempre algo de ingrato para qualquer praticante de artes marciais.
Quando ele bate é um mau caráter, porque pratica artes marciais e se prevalece dos mais fracos; se é vencido numa luta, é medíocre porque pratica artes marciais e apanha de todos.
Analisemos então quando começa a autodefesa.
Muitos dirão que é quando se defende de um ataque vindo de outra pessoa. Julgo isso ERRADO! Para mim começa na PREVENÇÃO.
Se usarmos nosso instinto e inteligência para lidarmos com as situações que nos deparamos no dia-a-dia de maneira preventiva iremos certamente vencer todos os desafios, mas quando não há solução e não dá para contornar a situação e a violência acontecer, aconselho que:
1 – Jamais menospreze o adversário. Julgue-o sempre como se ele fosse a pessoa mais perigosa do mundo, pois poderá estar armado e ainda usar de golpes sujos.
2 – Não use técnicas bonitas, mas sim eficazes. “Porque chutar na cabeça, quando podemos bater no joelho?” Esta regra é sem dúvida alguma das mais importantes. É freqüente vermos utilizar técnicas que gastam muita energia expondo os praticantes ao perigo, quando poderiam ser mais eficazes, econômicas, rápidas e decisivas.
3 – Observe os perigos do ambiente, festas, discotecas, clubes, rua, etc. e o tipo de pessoas que os freqüentam.
4 – Não é necessário ficar constantemente desconfiado a espera de agressão física, mas saiba o momento correto para iniciar a autodefesa. Existe uma linha a qual depois de ultrapassada não há retorno. Cabe a cada um perceber onde está essa linha. A experiência mostrará que antecipar e evitar é uma atitude mais sábia do que esperar o confronto físico em si.
5 – Quando se parte para a violência, não se pode pensar noutra coisa que não seja a vitória absoluta. Não se pode pensar no “após”, mas sim no “durante”. Bater onde for mais eficaz.
6 – Quando se enfrenta um grupo é preciso muito sangue-frio, capacidade de decisão. Observar sua estratégia; quem é o líder? É ele que precisa ser posto fora de combate primeiro ou primeiro aqueles que julgamos mais fortes ou os mais fracos, para impormos medo?
O Karatê em si é um método altamente eficiente de defesa pessoa, mas é necessário que seus braços e pernas sejam treinados sistematicamente, de modo que o possibilite defender-se de qualquer tipo de inimigo. A prática do Karatê é um caminho longo e requer anos de muita dedicação.
7 – Nunca se precipite. É muito comum que o principiante de Karatê notando seu rápido progresso, seja levado por uma onde de impetuosidade, sentindo a necessidade de testar os conhecimentos adquiridos. Esta idéia distorcida deve ser sanada a tempo para que não venha a afastá-lo do real objetivo da arte.
8 – O treinamento do Karatê como defesa pessoal se divide em três etapas:
a) Percepção (captar a intenção do adversário;
b) Decisão (decidir conscientemente qual a atitude a ser tomada);
c) Ação (reação, execução).
Este tipo de pensamento permite ao praticante, numa situação de perigo, fazer uma real avaliação da causa, discernir o melhor modo de agir, e tomar uma atitude consciente.
9 – O verdadeiro valor do Karatê não está em sobrepujar os outros pela força física. Nesta arte marcial não existe agressão na sua extensão e sim nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e perseverança. Quando for necessário, ter a coragem de enfrentar milhões de adversários e vibrar no seu interior.
Mestre Funakoshi disse: “Para o homem que sai do seu portão, existem milhões de adversário”. Olhando-se por este ângulo, julgo que se você realizou tudo que deveria fazer, não procurou nenhum tipo de desentendimento com quem quer que seja e evitou os conflitos que poderiam surgir, você obteve a maior das vitórias, cujo prêmio é a sua paz de espírito.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

ORIGEM DO KARATE-GI OU KIMONO

O pensamento ocidental é de que o Kimono é uma coisa antiga dentro da tradição Japonesa.

Entretanto, somente em 17 de maio de 1921, quando o Mestre Jigoro Kano convidou ao mestre Funakoshi para ir ao seu Dojô o Kodokan para que fizesse a apresentação do Karate-Jutsu de Okinawa, foi que o Karate-gi surgiu como vestimenta de treinamento no Karatê. Anterior a essa época não havia nada preestabelecido como vestimenta para o treinamento no Karatê.

Esta não era uma vestimenta que se utilizava exclusivamente nos treinamentos quotidianos. O mestre Funakoshi adquiriu uma peça de algodão branco na casa de um comerciante de Kanda sendo ele próprio, Funakoshi, que confeccionou o traje a mão, evidentemente copiado do traje de Judô.

Gima havia preparado sua vestimenta, porém no dia da demonstração o Mestre lhe entregou o kimono confeccionado com suas próprias mãos na noite anterior, dizendo-lhe, no momento de entregá-lo: É possível que façamos algumas formas de combate e não seria harmonioso cada um usar uma cor diferente.

Deduzimos assim que o primeiro Karate-gi branco data de 1921, não tendo sido usado antes como uma roupa convencional para a prática do Karatê. Antes do seu surgimento, se treinava com roupas comuns ou calças curtas, e dorso nu, temos que ter em conta que o clima em Okinawa era quente, não sendo igual ao de Tóquio. Assim o Kimono branco se converteu progressivamente em um artigo habitual para o uso do Karatê, tornando-se mais tarde a vestimenta oficial, tendo sido introduzida em Okinawa como uma nova forma de tradição.
 

Estado mental na luta

O Bu-dô diz: o estado mental deve ser igual ou inabalável na hora da luta como nas horas normais da vida cotidiana. A mente deve ser livre, clara, ampla e equilibrada. Não pode se tornar tensa e nem totalmente relaxada, sem se prender a nada, e sim calma, tranqüila. À vontade, não parando por nenhum instante.
Quando fisicamente se está calmo (parado, estático) a mente deve ser inversa, isto é, em estado de alerta. Quando o corpo está em forte movimento, o espírito deve manter-se calmo, como em dias normais. Evitar que o físico ou a mente sejam arrastados ou influenciados um pelo outro. Não se preocupar demasiadamente com seu próprio corpo e nem se distrair ocupando o pensamento com assuntos banais, mas evitar que o adversário perceba sua meta real na luta. Sua mente não deve se tornar turva, para que possa captar a imagem correta e conduzir o seu pensamento a uma posição mais nobre e contemporânea.
Pesquisar cada vez mais no sentido de aperfeiçoar e lapidar o espírito, aumentando cultura e conhecimento. Cultivar a força de vontade, conhecendo o bem e o mal, o correto e o incorreto. Conhecer e assimilar as mais variadas modalidades de lutas e técnicas com a própria experiência, não se deixando iludir. Tudo isto deve ser praticado sempre, para poder corresponder instantaneamente quando solicitado nas horas de necessidade ou grande ocupação, pois isso não conseguirá ser aprendido em curto espaço de tempo.

Energia da vida

“Ki”, “Shin” e “Tai”. Fortalecer, adquirir e unir três forças
1. KI (poder ou força que dá ação ao homem mentalmente). Energia não mecânica.
2. Shin ou Kokoro (coração ou sentimento).
3. Tai (força do corpo, inclusive as técnicas).

1.“KI” – É uma qualidade que o homem deve adquirir, da qual origina toda a força de ação. Pode-se também definir como uma energia baseada no controle mental ou psicológico. É possível fortalecê-la infinitamente com a prática correta do Karatê, auxiliada pela força de decisão. “Ki” se consegue através do treino consciente, no qual se adquire confiança e experiência. Quando o “Ki” do homem unir-se ao “Ki” da natureza (leis da natureza) surgirá uma força infinitamente grande. O domínio e o uso do “Ki” se consegue ampliar mais de 100% da própria capacidade, possibilitando maior proveito na vida cotidiana, no modo de agir e pensar. A energia hidroelétrica é um exemplo de união entre o homem e a natureza. Miyamoto Mussachi, quando adolescente, num dos duelos que travou, enfrentou um adversário fortíssimo, profissional de esgrima, conseguindo derrotá-lo aproveitando a queda de rochas como fator de surpresa. Este é outro exemplo da união homem-natureza.

2.“Shin” ou “Kokoro” (Sentimentos) – Também se deve observar utilizar e fortificar os sentimentos como objetivo no treino. Tentando cada vez mais lapidá-los ao alto grau de formação espiritual.
Na união do “Ki” e do “Kokoro” surgem sentimentos naturais: a nobreza, lealdade, coragem, honra, responsabilidade, etiqueta, etc.

3.“Tai (corpo) – O corpo deve ser forte, rápido, flexível, resistente, rico em reflexos, assimilando todas as modalidades de técnicas. Uso total do corpo, descarregando as agressividades e tensões nervosas acumuladas.

O significado do Kiai

“Kiai” em japonês “KI” significa energia ou espírito e “AI” significa unir. Portanto, KIAI significa “reunir a energia”. É uma característica indispensável do Karatê.
Esse grito obtém-se pela contração rápida do diafragma, à qual sucede a emissão de um som seco. Não se trata, portanto, de um simples grito – o som vem do abdome e não da garganta. O Kiai serve à três propósitos principais:
a) Demonstrar disposição de combate. Ajuda a pôr o karateca no estado psicológico ideal para o combate. Além disso, é valorizado ao nível da competição. Ou seja, mostra a todos, incluindo ao próprio, a convicção nas ações que desempenha.
b) Intimidar o oponente. Provoca hesitações no adversário que propiciam “aberturas” para atacar. Por curiosidade, verifica-se que existiam uma arte marcial “Kiai-Jutsu” que se baseava essencialmente na utilização do Kiai como forma de atordoar os oponentes.
c) Contrair os músculos do torso. Aumenta a potência dos golpes e também a resistência aos danos infringidos pelo oponente.
Como em tudo na vida, existem bons e maus “kiais”.
O Kiai é geralmente definido como um estranho poder adquirido por algumas pessoas envolvidas por forças místicas inexplicáveis. Contam-se histórias de homens que poderia paralisar ou mesmo matar pequenos animais com um grito de Kiai, ou parar o adversário com um Kiai apenas.
O Kiai é uma técnica como um soco ou chute, mas não é tão físico.
Na verdade o Kiai é o uso consciente de uma técnica que todos nós já usamos inconscientemente. Por exemplo, quando você contrai o abdome quando está levantando algum peso emite um grunhido, é uma forma rudimentar de Kiai.
Treinando o Kiai você aprenderá a usar de modo mais eficiente seu potencial de energia vital, que é o “Ki”.
Primeiramente há uma preparação para a ação que é física e mental e então uma concentração de poder que é física e mental. As duas fases do Kiai são o retesamente e o impulso. A fase de retesamente consiste na contração dos músculos abdominais e inspiração profunda, assim como o cérebro é o quartel-general das atividades mentais o abdome é o quartel-general das atividades físicas. A contração dos músculos abdominais prepara o corpo para um surto de energia. A inspiração profunda enriquece a corrente sanguínea do oxigênio indispensável para o organismo que vai depender dessa energia adicional. A segunda fase é o impulso, nesta fase a ação essencial é levada a termo (ação de levantar, atirar, empurrar ou desferir o golpe), quando o ar é espirado bruscamente. A expiração pode ser acompanhada por um grito, o Kiai, que tem um som monossilábico mais ou menos assim: “hai”, “eei”, “hum”, “iahh”, “aai”, etc.
O Kiai deve ser curto e tão alto quanto possível, porém não deve ser confundido com um simples grito. Um Kiai bem executado não fará sua garganta sentir-se áspera como um grito faz.
O som produz dois efeitos psicológicos, assusta e desconcerta o adversário e aumenta nossa coragem. Qualquer som pode ser usado como Kiai, muitas vezes o som “Ki” é usado durante a preparação para o golpe e o som “ai” durante a execução.
Quando feito corretamente, o Kiai limpa o ar dos pulmões. Isto é bom, porque se você for barrado após executar um Kiai, as chances de ter o ar comprimido para fora são bastantes reduzidas. Também por tirar o ar dos pulmões faz de você um obstáculo mais forte e denso e se você for acertado depois do Kiai não será tão machucado.
O Kiai deve assustar seu oponente. Mesmo uma simples pausa ou um piscar de olhos do seu oponente podem abrir uma brecha para você. Use o Kiai para ajudar a abrir essa entrada. O Kiai deve “mexer” com você mesmo, liberar a sua adrenalina antes da luta e dar-lhe coragem e força.
Com o treinamento é possível concentrar a energia onde ela é mais necessária, ao invés de espalhá-la pelo corpo. Isto envolve concentração física e mental que canaliza a energia para regiões definidas do corpo. Você, a princípio, não é capaz de conseguir isso, mas com o passar do tempo, sua capacidade de concentração aumentará cada vez mais.